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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Oposição quer reunião extraordinária para ouvir citados por Yousseff e Costa



Os parlamentares de oposição querem ouvir o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, na comissão parlamentar mista de inquérito que investiga denúncias de corrupção na companhia. 

Em depoimento à Justiça, Vaccari e Duque foram citados por Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa como responsáveis por receber propina para o PT e o PP, respectivamente, nos contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras.

Por isso, os líderes dos partidos oposicionistas da Câmara se reuniram hoje (14) com o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para requerer a reunião administrativa extraordinária e a votação dos requerimentos dos dois citados. 

“Há um escândalo com os últimos depoimentos”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (SP). “São pessoas envolvidas no recebimento de propina e na entrega desses valores. Quando perguntam a ele [Paulo Roberto Costa] se esse dinheiro foi parar na campanha de 2010, ele responde que, com certeza, o dinheiro foi para as eleições de 2010. Cofres de campanha, caixa dois, partidos, candidatos. Temos tudo isso para ser esclarecido”, completou.

A oposição também quer investigar a possibilidade do esquema de corrupção detalhado por Costa e Yousseff ter chegado a ministérios, autarquias e outras empresas estatais. 

Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), os envolvidos viram na Petrobras uma grande fonte de recursos, mas podem ter implementado o sistema em várias áreas. “Por exemplo, os setores elétrico, de mineração e estradas. 

O próprio ex-diretor da Petrobras sinalizou para a extensão desse cartel”, salientou.

Além disso, os líderes querem aprovar a quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal das empresas citadas nos depoimentos como pagadoras de propinas, em troca de contratos com a Petrobras. 

“Estamos cobrando a reunião administrativa para aprovar os requerimentos dessas empresas. 

Vamos quebrar os sigilos bancário e fiscal. Se não tiver nada, vamos dizer que não tem nada”, ressaltou Bueno.

As lideranças queiram a reunião para amanhã (15). Entretanto, Vital do Rego informou que a convocação tem de ocorrer com 24 horas de antecedência e há necessidade de presença de, pelo menos, 17 membros. 

O senador está ligando para saber quem pode participar e, em caso positivo, marcar a reunião para quinta-feira (16). “Recebi de líderes da oposição a solicitação de uma audiência extraordinária. 

O que estou fazendo é consultar os líderes para, dentro dessa possibilidade, fazer ou não”, explicou Vital.

A próxima reunião ordinária está marcada para o dia 22, quando será ouvido o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza. 

Se não conseguir a extraordinária para esta semana, adiantou que os requerimentos poderão ser apreciados nesta oportunidade.

Vital do Rêgo entra amanhã com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que o pleno do STF aprecie a solicitação de acesso aos depoimentos de Youssef e Costa em delação premiada. 

As afirmações de que Duque recebia propina para o PP e Vaccari para o PT foram feitas fora da delação premiada. Por isso, não estão em segredo de Justiça. 

Os parlamentares acreditam que, nos depoimentos sob sigilo, eles tenham citado nomes e dado mais detalhes que podem ajudar nas investigações.

A oposição pretende propõe uma “moção de apreço” à Justiça. 

O objetivo é defender o juiz Sergio Moro, que colheu os depoimentos que não estavam sob sigilo.

Os oposicionistas dizem que Moro sofre retaliações por ter permitido que a imprensa tivesse acesso aos depoimentos.

Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/

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